domingo, 10 de maio de 2009

A SUPER MULHER


Em uma manhã de trabalho acordei ansiosa. Queria logo descobrir o que estava acontecendo comigo. De repente tinha muito sono, estava sempre cansada e pálida. Então, cinco minutos mudaram a minha vida. Em cinco minutos (tempo que dura uma teste de gravidez de farmácia) descobri que minha vida iria mudar. Algo maravilhoso estava crescendo dentro de mim, algo que faria minha vida ter outro sentido. Então como uma mágica, fiquei outros seis meses (descobri minha gravidez com três meses) vivendo para minha barriga.
Foi assim que vivi cada etapa. Ouvir a batida de outro coração dentro de mim; chorei. Sentir pezinhos e mãozinhas se movimentando. A barriga crescendo, meus pés inchando... Chorei, chorei muito, quando ouvir o primeiro choro de bebê. Que dia lindo. O mais feliz da minha vida. Disparado, nada que vivi até então chegava perto da emoção de ver aquele bebezinho tão pequeno, pálido e cabeludo. Sentir o cheiro, toquei naquela mãozinha. Mesmo sobre o efeito daquela devastadora anestesia meu coração não se tranquilizou. Batia tão forte que pensei que poderia explodir.
Até que a enfermeira colocou o triunfo da minha vida no meu colo. Uma miniatura de gente que olhou para mim como se já soubesse que eu a amaria para sempre, que tudo que eu faria dali em diante seria para ela. Chorei novamente. Não sabia que era assim tão sensível. Mas aquela mulher forte e determinada, como exige o capitalismo, daria lugar a uma MÃE.
Sim, só as letras maiúsculas podem ser digitadas para definir algo que muda a vida. Dali em diante, soube que nascia, naquele momento, também, outra pessoa. Não era mais eu. O mundo agora tem outra forma e eu, outros olhos para vê-lo. Flexibilidade, carinho, compaixão, cuidado, atenção... Tudo transbordou em mim.
Nos dias cansados, em que nem tudo dá certo, algo me faz sentir a própria mulher maravilha. O sorriso de alguém que vê em mim uma heroína, me dar força. Basta me ver, que sorrir. Como se este fosse o melhor momento do dia. Como se seu time fosse campeão invicto. Como se o meu colo fosse o melhor abrigo antiaéreo. Então ganho um escudo. Para os católicos me cubro com o manto de Nossa Senhora, para os do candomblé, ganho a força de Iansã, para mim, ganho a força de ser Mãe. Obrigada por existir, minha querida Maria Luiza.

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